O Retail’s Big Show, da NRF (National Retail Federation), ocorreu de 15 a 20 de janeiro em Nova York. É o maior e mais tradicional evento global do varejo. Anualmente recebe visitas de milhares de varejistas do mundo todo, que vão em busca das novidades que irão agitar o mercado para os próximos anos. Na sua 110ª edição, não foi diferente. Estiveram presentes representantes de shopping centers, franqueadores e franqueados, prestadores de serviço, instituições financeiras, consultores, entre outros profissionais focados no mundo varejista.
Em 2022, a mensagem da feira que ficou é a seguinte: o varejo não é mais o mesmo e é preciso estar atento à essa mudança para um futuro próximo. Muitos insights foram apresentados ao público durante os 5 dias de evento. No artigo a seguir você vai conferir o que de mais importante aconteceu e qual o impacto dessas novidades para os próximos anos – principalmente para o mundo das Live Commerce.
Segundo pesquisa da WD Partners, com insights da NRF 2022, o público consumidor tem dado preferência para compras locais. O que isso signfica? Segundo o levantamento, mais de 50% dos consumidores optam por lojas perto de casa, enquanto mais de um terço prefere locais que entreguem em casa. Assim, a junção de locais com proximidade geográfica para facilitar a logística parece a tendência para as compras dos próximos anos, sendo a preferência de 90% do público. É o conceito que vem sendo chamado de 15min City – qualquer oportunidade de compra tem que estar a no máximo 15min de deslocamento até você.
As Lives Commerce tendem a ganhar com essa nova situação. Comprar online para receber em casa já é uma realidade há muitos anos. Mas comprar ao vivo e receber rápido ainda depende de uma série de fatores. A ideia global de Get Local se aplica principalmente às questões logísticas. Quanto mais o produto estiver perto do cliente, seja em centros de distribuição, com representantes ou em lojas físicas, maior a chance da compra se realizar e a satisfação do cliente ser completa. Muitas vezes a entrega rápida vale mais do que o preço. Estar preparado para agir localmente, principalmente pela facilidade e velocidade das entregas, é o futuro para o varejo.
A geração Z (nascidos entre 1997 e 2012), juntamente com a Alpha (nascidos a partir de 2010), já está ditando as regras no consumo online. Até 2030, as duas gerações irão representar 50% da população mundial. Quem não observar imediatamente esse público vai ficar para trás rapidamente.
Segundo dados do relatório “What Matters to Today’s Consumer”, realizado pela Capgemini Research Institute, e divulgado durante a última NRF, quase 70% dos entrevistados da geração Z encomendou produtos diretamente com as marcas, sem intermediários. Para fins de comparação, apenas 37% da geração X (nascidos entre 1965 e 1980) comprou nessa modalidade – basicamente a metade. A explicação da geração Z comprar diretamente das marcas é uma melhor experiência (60% dos entrevistados) e os programas de fidelidade oferecidos pelas marcas (59%). A live commerce é um dos caminhos diretos entre o público e a marca, e utilizar estratégias de gameficação e entretenimento engaja esta importante audiência.
Por isso, 97% do público dessas duas gerações dizem que as mídias sociais são sua maior fonte de inspiração. Assim, os influencers e Youtubers têm papel fundamental em fomentar os hábitos de consumo, já que servem como referencial para 54% do público. Além disso, 30% da geração Z já fez alguma compra graças a realidade aumentada (AR) ou realidade virtual (VR).
Segundo estudo da Wunderman Thompson Commerce, a geração Alpha é formada por jovens que pensam em comprar marcas que causem impacto positivo no planeta (66%), e querem utilizar a tecnologia para fazer a diferença na vida dos outros (59%).
Atenção na forma de como se comunicar com essas gerações: apenas 21% da geração Z diz que se sente representada em ações de publicidade, e 36% dos entrevistados querem se sentir valorizados – e não apenas como consumidores.
Durante a NRF 2022, Kate Ancketill, CEO da GDR Creative Intelligence, dividiu com o público algumas ideias que vão guiar o comércio e varejo para os próximos anos, alertando principalmente para como o público mais jovem (Geração Z e Alpha) consome.
É um público que busca satisfação imediata e instantânea, por isso o varejo precisa estar preparado para o que ela chamou de “pós-consumidor”. Segundo Kate, estamos na era do Alt-Commerce: marketplaces que vendem produtos inimagináveis, utilizando a gameficação, principalmente em live commerce, fazendo com que clientes utilizem avatares específicos em um ambiente imersivo.
Todas essas inovações visam atrair o público de maneira mais moderna e interessante, já integrado às novas tecnologias. Exemplos como o do Taobao, que utiliza a live commerce gamificada como aliada do consumo, juntamente com entretenimento e colaboração do próprio público, já ditam como será o futuro do varejo nos próximos anos.
O metaverso veio para recriar novas experiências, com ambientes digitais totalmente imersivos e utilização de avatares. Se adaptar para os novos movimentos, como NFTs e pagamento com criptomoedas, parece ser um passo rumo a esse novo tipo de varejo online em que as gerações Z e Alpha já são protagonistas – e vão dominar ainda mais.
Durante a palestra Retail Trends, da NRF 2022, foram abordados temas como marcas que estão atraindo seus consumidores para ambientes físicos e online através da interatividade. Lojas conceituais, temáticas, que usam e abusam de realidade aumentada e realidade virtual para colocar seus clientes dentro de uma verdadeira experiência imersiva.
Além disso, a experiência com live commerce em ambientes temáticos, fugindo da mesmice de utilizar um showroom como demonstrativo de produtos. São lojas que estão criando conceitos diferentes, como narrativas imersivas, com cenários e ambientes atrativos, para colocar o consumidor em uma experiência e não apenas em uma situação de compra. Algumas apostam em viagens pelo planeta de forma virtual dentro de um estúdio; outras em interação com avatares animados. Diferentes propostas podem ser feitas durante uma live commerce para que a venda seja feita de maneira criativa, gerando engajamento e conversão.
Para que as lojas não sejam apenas meros depósitos de produtos ou um local para que o público vá apenas verificar como é um produto pessoalmente e depois fazer a compra online, o varejo precisou se reinventar. Hoje, a loja física deve ser a continuação do digital – e não o inverso. Nos Estados Unidos, muitas lojas já apostam em se tornar uma espécie de parque temático, com atrações diversas para que o público permaneça ali e faça suas compras com grande satisfação. O mesmo vale para as marcas que fazem live commerce: o público quer algo conceitual, que fuja do lugar comum. Quer ser parte de um grande show de vantagens e não apenas que os produtos sejam mostrados para ele.
A transformação digital impactou na maneira como os produtos são vendidos e na experiência de compra do consumidor. O multiverso está aí. Não há mais espaço para que lojistas continuem no século passado. É preciso olhar para o futuro. E ele já começou. Entre em contato conosco e traga sua empresa para o futuro.