Já faz muitos anos que os e-commerces estão consolidados. Aos poucos, as empresas foram estruturando melhor seus negócios e, conforme o avanço da internet, evoluindo também no campo digital. As lojas virtuais começaram como simples expositores de produtos, simulando um verdadeiro showroom. Esse padrão estático já parece coisa do passado devido aos bons números das Lives Commerce, fenômeno que só cresce a cada ano.
Como tudo evolui, o próximo passo é o metaverso. As empresas vão precisar intensificar seus esforços para os próximos anos nessa novidade que promete revolucionar a internet e a forma como convivemos e nos relacionamos com as marcas mais uma vez.
Mark Zuckerberg, fundador e presidente do Facebook, anunciou que sua companhia agora se chamaria Meta. E a grande prioridade da Meta será o desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente o metaverso. A Meta não está sozinha nesse mercado: empresas como Microsoft, Disney, Nvidia, entre outros gigantes da mídia e da tecnologia também já estão investindo nesse novo mundo. Mas, afinal, o que será o metaverso?
O metaverso é um mundo em 3D virtual, totalmente compartilhado, interativo, imersivo e colaborativo. É um ambiente virtual em que as pessoas poderão interagir, trabalhar, brincar, jogar, se divertir, etc. Mas o principal para as marcas: os usuários poderão fazer compras. Para tornar isso possível, tecnologias de realidade virtual, realidade aumentada e criptomoedas estão em pleno desenvolvimento.
Muito em breve, vamos adentrar em uma espécie de segunda realidade, que pode ser tão – ou até mais – rica do que o mundo real. Algo tão impactante assim promete causar uma série de mudanças. Vamos conferir quais serão os efeitos delas para o varejo.
Alguns elementos do metaverso já existem. Por exemplo, jogos de realidade aumentada (Pokémon Go!) e de imersão, como Fortnite, um grande sucesso com milhões de jogadores que socializam e constroem mundos virtuais através do game.
Como a construção do metaverso se dará de forma contínua ao longo dos próximos anos, é esperado que grandes players, de várias áreas, como games, consumo e entretenimento, insiram suas marcas nesse grande ecossistema. Por isso, quem chegar antes, além de marcar território, vai poder explorar melhor as características desse novo mundo.
Algumas marcas de realidade aumentada já estão procurando expandir seus conteúdos para o metaverso, para que a imersão possa auxiliar nas vendas digitais. A forma como as pessoas e marcas serão representadas, e o ambiente em que estarão inseridas, vai gerar impacto nos negócios. Imagine que você quer comprar uma televisão. Só que ao invés de ir no e-commerce, você pode adentrar em uma loja da marca que fica em Nova York. Após isso, pode ir experimentar roupas numa boutique atravessando a rua, e depois dar uma esticada até o Central Park para assistir a um show. Tudo isso sem sair do seu sofá. Essas e infinitas outras possibilidades serão possíveis muito em breve no metaverso.
Até 2035, as estimativas são de que 80% de toda a atividade comercial das pessoas no planeta seja feita online – principalmente mobile. Portanto, é bem provável que essas experiências imersivas contribuam ainda mais para o aumento das vendas digitais, passando de meio trilhão para mais de US$16 trilhões de dólares nas próximas décadas.
A importância da tecnologia mobile se reflete nos números: em 2020, segundo levantamento da Statista, mais de 80% do tempo que as pessoas passam online é através dos smartphones. Existem 15 bilhões de dispositivos móveis no mundo atualmente: isso é quase o dobro da população global. E isso tende a aumentar: em 2025, a expectativa é que existam 18 bilhões de aparelhos.
Com a tecnologia cada vez mais imersiva sendo integrante fundamental no dia a dia, os consumidores tendem a procurar por novidades. Em um mundo com uma quantidade quase infinita de marcas, para se destacar é preciso surpreender e sair do lugar comum. Experiências imersivas no metaverso irão abrir um leque imenso de possibilidades para as marcas explorarem, de maneira criativa, novas atividades para fisgar os consumidores.
Startups de realidade aumentada, focadas no varejo, já estão desenvolvendo plataformas para inclusão no metaverso. O conceito é aquele do exemplo anterior de Nova York: sensação de loja física, mas com as vantagens do digital. É o chamado conceito de loja PHYGITAL (física+digital).
As inovações não vão parar por aí. Os varejistas poderão utilizar o metaverso para lançamento de coleções especiais, itens exclusivos, promoções, e inúmeras outras inovações, que vão alavancar tanto a marca no ambiente digital como no “mundo real”.
Será realmente o fim do modelo estático, da experiência maçante de clicar em várias páginas, ter que ler descrições de produtos que muitas vezes mais confundem do que auxiliam em uma compra, e não ter a verdadeira noção de como é o produto na realidade.
Por essas e outras, que a live commerce é o formato que tem sido mais utilizado pelas empresas que já pensam no futuro. Sair do modelo estático impulsiona resultados, atrai público e fideliza clientes que têm experiências muito satisfatórias, com suas dúvidas sanadas, e podendo ver o produto com riqueza de detalhes.
Se hoje a live commerce já é uma grande tendência, com a expansão para o metaverso as marcas poderão atingir ainda mais o público. Imagine interagir em um ambiente imersivo com influenciadores e apresentadores, cara a cara, poder verificar com minúcias os produtos e ainda estar inserido em um ambiente totalmente explorável. As lives commerce, que hoje já são um show de entretenimento e garantia de boas ofertas para os clientes no ambiente digital, quando adentrarem no metaverso ampliam ainda mais suas possibilidades.
Formas alternativas de venda, com mais integração entre marca e consumidor. Comércio imersivo com produtos ganhando vida através de realidade aumentada e gamificação. Tudo isso vai contribuir para que os vínculos entre fornecedores e clientes seja estreitado, além de permitir que o consumidor se divirta comprando. O metaverso irá mudar totalmente a forma como as coisas serão vendidas no futuro. A live commerce é parte fundamental dessa novidade. E isso está apenas começando.